Disciplina: Arte
Conteúdo: Retrato e autorretrato.
Objetivo: Conhecer
a característica da autorretatação e desenvolver a criatividade.
Desenvolvimento: Expor para os alunos o conceito e história da autorretratação.
É comum encontrar em textos referentes à
autorretratística, a afirmação de que a produção de autorretratos é presente na
antiguidade clássica. Cita-se constantemente o
escultor Fídias,
do século V a.C., o qual teria deixado no Partenon, em Atenas, sua imagem
esculpida; antes, no Antigo Império Egípcio, um certo Ni-ankh-Phtah, teria deixado sua
fisionomia gravada em monumento, ou ainda, considera-se eventualmente, que em
culturas pré-literárias já havia quem os produzisse.
Mostrar
alguns autorretratos da escritora e pintora Mexicana Frida Kahlo Querido. Dela
são conhecidos os seus 50 autorretratos.
Após mostrar alguns dos seus autorretratos, contar a história referente ao autorretrato O veado ferido.
Frida Kahlo - O Veado Ferido
Frida Kahlo
(México, 1907-1954)
O Veado Ferido, O Veadinho ou Eu Sou Um Pobre Veadinho, 1946
Óleo sobre masonite, 22,4 x 30 cm
Coleção Particular
O Veado Ferido, O Veadinho ou Eu Sou Um Pobre Veadinho, 1946
Óleo sobre masonite, 22,4 x 30 cm
Coleção Particular
A pintura de Frida Kahlo
foi ímpar, à imagem da sua vida. Todo o seu percurso de vida foi marcado pela
dor física resultante de um terrível acidente sofrido em criança assim como das
agonizantes cirurgias a que foi sendo sujeita durante décadas. Pintar tornou-se
desde muito cedo o seu único paliativo, o seu refúgio mais querido. Que mais
poderia pintar uma jovem que, além de acamada, se via forçada a permanecer
imóvel, senão a sua própria figura? E que outra coisa podia ela retratar senão
a sua própria dor? É difícil encontrar em toda a história da pintura tamanha
honestidade e frieza na representação da dor humana.
Frida, após mais uma infrutífera e dolorosa operação à coluna, faz-se representar como um veado em “O Veado Ferido” ou “Eu Sou Um Pobre Veadinho”. O estilo é simples. O veado é surpreendido na floresta por caçadores invisíveis, e é transpassado por 9 flechas certeiras. Da seta no pescoço jorra sangue em abundância, mas isso não parece impedir o veado de prosseguir a sua fuga. O relâmpago ao fundo e o galho quebrado, em primeiro plano, conferem dramatismo à cena.
É possível fazer um paralelismo entre o veado ferido de Frida e a iconografia do martírio de São Sebastião. São Sebastião é tradicionalmente representado cravejado de flechas e manietado a uma coluna ou a um madeiro. Ao invés do Santo, o veado/Frida aparenta estar livre. Mas esta não é uma verdadeira liberdade: a referência à coluna subentende-se na patologia da própria artista e o labirinto de árvores aprisionam-na e impedem a sua fuga.
O veado é Frida, a vítima impotente. O seu olhar é impassível e absorto, como se já nada importasse. Sempre me impressionaram as cenas de caça em que o carnívoro abocanha ferozmente a sua presa. E a face da vítima é sempre de resignação. Sabe que vai morrer, sente o odor do próprio sangue, a força irresistível do predador, o fim inexorável que chega. A luta termina quando a presa compreende o seu destino e obedece, silente, à lei natural que a domina.
Frida, após mais uma infrutífera e dolorosa operação à coluna, faz-se representar como um veado em “O Veado Ferido” ou “Eu Sou Um Pobre Veadinho”. O estilo é simples. O veado é surpreendido na floresta por caçadores invisíveis, e é transpassado por 9 flechas certeiras. Da seta no pescoço jorra sangue em abundância, mas isso não parece impedir o veado de prosseguir a sua fuga. O relâmpago ao fundo e o galho quebrado, em primeiro plano, conferem dramatismo à cena.
É possível fazer um paralelismo entre o veado ferido de Frida e a iconografia do martírio de São Sebastião. São Sebastião é tradicionalmente representado cravejado de flechas e manietado a uma coluna ou a um madeiro. Ao invés do Santo, o veado/Frida aparenta estar livre. Mas esta não é uma verdadeira liberdade: a referência à coluna subentende-se na patologia da própria artista e o labirinto de árvores aprisionam-na e impedem a sua fuga.
O veado é Frida, a vítima impotente. O seu olhar é impassível e absorto, como se já nada importasse. Sempre me impressionaram as cenas de caça em que o carnívoro abocanha ferozmente a sua presa. E a face da vítima é sempre de resignação. Sabe que vai morrer, sente o odor do próprio sangue, a força irresistível do predador, o fim inexorável que chega. A luta termina quando a presa compreende o seu destino e obedece, silente, à lei natural que a domina.
Atividade:
Entregar o rosto
impresso dos alunos para que os mesmos façam um autorretrato seu demonstrando
artisticamente suas forças, fragilidades, etc, fazendo uma releitura da obra analisada.
Amei o resultado.
Parabéns pequenos.
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