quinta-feira, 10 de abril de 2014

Trabalhador rural x Qualificação profissional

 

Procuram-se profissionais na zona rural da região de Ribeirão Preto

Mesmo com salários de até R$ 3 mil, produtores da região têm dificuldades para contratar

23/12/2013 - 22:28
Jornal A Cidade - Raissa Scheffer
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Weber Sian / A Cidade
Luis Henrique de Alexandre deixou as rodovias para trabalhar nas estradas rurais (Foto: Weber Sian / A Cidade)
Mesmo com salários que chegam a R$ 3 mil, é cada vez mais difícil preencher vagas de trabalho no campo na região de Ribeirão Preto. A rotina puxada, a forte expansão urbana e a concorrência com setores como o da construção civil têm afunilado a disponibilidade de mão de obra nas lavouras e fazendas.
E quem sofre mais com essa escassez são os pequenos e médios produtores. Na fazenda de Daniel Anibal, produtor de cana em Cravinhos, é difícil manter o quadro de 25 funcionários. “Tenho apenas alguns funcionários que estão comigo há mais de dez anos. A maioria das pessoas fica apenas uma safra, a rotatividade é grande e é bem difícil encontrar pessoal para preencher as vagas que abrem”, afirma.
Segundo Anibal, uma das principais dificuldades para contratar é a concorrência da oferta de empregos nas cidades e a maior exigência de qualificação. “Na época do corte manual da cana, o empregado não precisava ter qualificação. Hoje, com a mecanização, é preciso maior escolaridade e experiência para operar as máquinas e até os caminhões”, diz o produtor, que destaca a dificuldade em contratar, principalmente, motoristas.
Para Carlos Eduardo Fredo, pesquisador do Instituto de Economia Agrícola (IEA), essa dificuldade, que se agravou nos últimos cinco anos, é uma tendência do setor. “Na região de Ribeirão, por exemplo, ocorreu o forte avanço da construção civil e da mecanização nas lavouras de cana. Isso tornou mais difícil a contratação pelos produtores.”
Efeito controverso
Ainda segundo o pesquisador do órgão, isso traz efeitos diretos, e até controversos, para o mercado de trabalho rural, entre eles o aumento dos salários e a terceirização de mão de obra. “Com isso, houve um avanço na formalização, pois as usinas contratam os funcionários para trabalharem nas lavouras dos produtores que fornecem a matéria-prima”, diz.
Uma pesquisa feita pelo órgão mostra que, entre 2011 e 2012, a Região Administrativa de Ribeirão, composta por 25 cidades, aumentou em 4,4% o quadro de funcionários rurais com registro em carteira.
“Todos os trabalhadores da lavoura são contratados da usina, não conseguia achar ninguém e o custo estava pesando também”, diz o pequeno produtor de cana Antonio Silva.
Fiscalização
O fato de o Ministério Público do Trabalho ter intensificado as fiscalizações no campo coibiu a informalidade nos últimos anos, e também dificultou as contratações. “Isso fez com que o trabalho com carteira assinada crescesse, o que pesa para os produtores menores”, relata Fredo.
Motorista é um das carreiras mais disputadas
Há 30 anos trabalhando como motorista, Luis Henrique de Alexandre, 48, deixou a rotina de viagens pelas rodovias para trabalhar em lavouras de cana da região.
Ele é um dos 12 motoristas contratados em uma fazenda em Cravinhos. “Decidi trabalhar no campo porque estava cansado da rotina de viagens e por conta da oportunidade que tive, com salário melhor”, diz.
O produtor Daniel Anibal oferta bons salários, de até R$ 3 mil, para conseguir contratar. “A qualificação é muito importante. Para ser motorista rural, tanto os que atuam na lavoura quanto os que levam a cana, é preciso ter carteira categoria E. É muito difícil contratar


http://www.jornalacidade.com.br/noticias/economia/NOT,2,2,911366,Procuram-se+profissionais+na+zona+rural+da+regiao+de+Ribeirao+Preto.aspx
 

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